Olá, pessoas. Bem-vindos a bordo para a primeira resenha cinematográfica de 2016 aqui no Rumo à Hollywood. O primeiro filme que tive o prazer de assistir nesse ano novo foi "Perfume - A História de um assassino", dirigido pelo diretor Tom Tyker e lançado em 2006. O filme é uma adaptação do livro chamado O Perfume, do autor alemão Patrick Süskind, o qual antes era considerado uma obra impossível de ser adaptada para o cinema (até o diretor Stanley Kubrick, que dirigiu O Iluminado e Laranja Mecânica, não foi capaz de realizar esse feito), e também era um dos livros favoritos do ex-vocalista de Nirvana, Kurt Cobain, tanto que o inspirou para fazer a música Scentless Apprentice. Deixando de lado essas curiosidades, esse filme estava na minha lista de "quero ver" a tanto tempo que acabou se tornando "preciso ver nesse exato momento", então tive que assistir.
A história começa em Paris, no ano de 1738. Nada parecida com a atual, a cidade é retratada como uma grande fonte de fortes odores, especialmente no centro de um mercado de peixes, onde nosso protagonista, Jean-Baptiste Grenouille, nasce inesperadamente durante uma venda realizada pela própria mãe naquele ambiente sujo, com indiferença e sem qualquer tipo de cuidados. Após esse acontecimento, sua mãe o abandona e Jean-Baptiste acaba parando em um orfanato, onde é importunado pelas outras crianças e não consegue socializar e por isso começou a falar muito depois que todo mundo. Durante sua infância e crescimento, Jean-Baptiste percebe que ele possui um "dom": seu olfato é muito sensível, o que o faz conseguir sentir todos os cheiros possíveis ao redor de si, além de poder discernir a fonte dos mesmos.


O que mais me surpreendeu foi a ótima narrativa feita pelo ator britânico John Hurt em cada passo importante da história, que, ao contrário de deixar o filme com aspecto infantil, nos aprofunda na trajetória de Jean-Baptiste. Os poucos diálogos, especialmente envolvendo o protagonista, foram tão bem pensados que, junto com a ótima trilha sonora, supre todas as cenas que não envolvem fala alguma. Alguns momentos do filme são bem inesperados, a ponto de chocar quem está assistindo. Os focos das câmeras nos elementos variados dos filme, mas especialmente no ambiente sujo e também nos frascos das fragrâncias, torna mais fácil a capacidade de imaginar como seria o cheiro das coisas, tanto o odor de uma cidade fedida, quanto a delicadeza de um perfume.
Para concluir, não poderia deixar de comentar sobre o belo figurino e os próprios atores, com destaque para Ben Whishaw (Jean-Baptiste), Dustin Hoffman (Giuseppe Baldine) e, claro, Alan Rickman (Antoine Richis), que eu elogiaria apenas pela voz magnífica dele. Ao todo, "Perfume" é um filme muito bom, indico a todos que gostam de um bom suspense.
Espero que tenham gostado. Até mais!