Resenha | Os Oito Odiados

Olá, pessoas! Mais uma resenha cinematográfica para vocês, hoje venho comentar sobre "Os Oito Odiados", mais um filme do diretor Quentin Tarantino (leia também a resenha sobre Death Proof), um dos meus cineastas favoritos. Para mim, nada é comparável a um filme dele, já que todos possuem um toque diferenciado, especialmente aqueles letreiros "vintage" depois das primeiras cenas, a trilha sonora e muita violência. É difícil conter as palavras quando escrevo sobre uma obra dele.

A história do filme se passa alguns anos (de 6 a 8, talvez) após o fim da Guerra Civil Americana que ocorreu entre 1861 a 1865, que teve como resultado a sonhada liberdade dos escravos do sul pelo presidente Abraham Lincoln e mais tarde a morte do mesmo. A trama envolve o famoso caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell), que leva uma prisioneira chamada Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), que vale 10 mil dólares se for entregue viva ou morta, consigo em uma diligência (que eu conheço por carruagem mesmo) rumo à cidade de Red Rock. No caminho eles dão carona para Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson), ex-soldado e também caçador de recompensas conhecido, e Chris Mannix (Walton Goggins), um homem que diz se o novo xerife da cidade para a qual estão indo. Contudo, a viagem é interrompida por uma grande tempestade de neve que os alcança, a qual os força a ficarem alguns dias instalados em um local chamado Armazém da Minnie, onde encontram Bob (Demian Bichir), que diz estar responsável por cuidar do armazém enquanto a dona visita a mãe, Oswaldo Mobray (Tim Roth), o vaqueiro Joe Gage (Michael Madsen), e o General Confederado Sanford Smithers (Bruce Dern). 


"Os Oito Odiados" conseguiu transmitir tudo o que eu esperava. Um roteiro incrível, lindo figurino e personagens bem trabalhados, cada um com características únicas, com seus sotaques fortes e suas devidas importâncias. Eu adorei a atuação da Jennifer Jason interpretando a prisioneira Daisy, foi muito divertido ver suas reações após cada porrada que levava, e não só suas cenas, já que ao todo o filme tem sua cota de diversão, é engraçado de forma inteligente, sem nada forçado. Como a maior parte do filme se passa em um único ambiente, foi como assistir a uma peça teatral, mas com a vantagem de uma fotografia magnífica e algumas aproximações da câmera mais que necessárias para a construção da história, além da atuação muito bem ensaiada dos atores encorporando seus respectivos personagens e uma trilha-sonora original (e de tirar o fôlego de tão boa) composta por Ennio Morricone, sendo a primeira vez que Tarantino utiliza música original em um longa-metragem.


A trama do filme é repleta de reviravoltas, mas bem firme quanto seu script. Nos faz ficar imaginando o porquê, onde, quando e quem. Pessoalmente, eu achei um dos melhores roteiros de todos os filmes do Tarantino, e também comparando com outras produções no geral. É muito difícil você ir ao cinema e dar de cara com uma história tão complexa quanto a de "Os Oito Odiados", que manipula o pensamento do público em quase todas as cenas, faz com que seus olhos grudem na tela até conseguir encontrar uma boa ideia do que estará por vir, especialmente pelo fato do filme ser divido em capítulos, como se fosse um livro. 

A aparência do filme é linda. As paisagens brancas cobertas de uma neve funda, o cavalos majestosos correndo e cortando o frio, todas as locações bem trabalhadas com vários elementos que nos convencem que tudo poderia ser real. Uma de várias coisas que talvez elevem muito a qualidade desse filme, é o fato de que foi gravado em um ambiente externo verdadeiro de Wyoming, com neve de verdade, frio intenso e luz natural. Essa naturalidade filmada em 65mm (que depois é convertida para 70mm), torna a fotografia do filme agradável e ao mesmo tempo impactante.



Quem já gosta dos filmes de Tarantino, certamente vai adorar, e quem ainda não conhece o trabalho desse diretor, talvez ache diferente e difícil de se acostumar no começo, mas ao longo dos minutos, quando o filme estiver se desenvolvendo, terá uma grande chance de se familiarizar e curtir demais a trama. Para quem é fã de uma violência bem extrema, com direito a jatos de sangue e amputação de partes do corpo, é um grande programa. Então, se você ainda não assistiu, confira se "Os Oito Odiados" ainda está em cartaz nos cinemas de sua cidade e não perca tempo, corre pra assistir!

Espero que tenham gostado! Até mais!!

4 comentários:

Unknown disse...

Ah Tarantino... Esse cara é um visionário, não tem jeito. Infelizmente eu ainda não assisti esse filme, mas to super curiosa, principalmente que ele usou o máximo de luz natural nesse filme, que eu acho fantástico, e claro, por causa da história em si. Quero ver se eu identifico as conexões com os outros filmes dele :D

Zona de Conspiração | Fanpage

Ana Claudia disse...

Eu tenho um problema com o Tarantino: os filmes são longos demais para minha falta de foco.
Mas, como tudo tem um mas na vida, eu tô louca para ver esse filme!
Não sei se é o clima de faroeste, ou o que, mas eu estou realmente interessada em assisti-lo.
Eu to lendo todas as resenhas, e isso me deixa mais ansiosa!

Unknown disse...

Ótima resenha! Qdo assisti pela primeira vez o achava menor dentro da filmografia do Tarantino, mas hj em dia, só perde pra Kill Bill, Cães de Aluguel e Pulp Fiction pra mim, empatando com Django e Bastardos Inglórios... Tbm fiz uma resenha pro filme no meu blog... se quiser conferir, segue o link https://gavetadebagunca.wordpress.com/.../os-oito-odiados/... Abraços...

Pau Kuri disse...

Um elenco incrível, boa história! Uma história muito bem executada (um filme que tem que assisitr da HBO MAX ONLINE ) , interessante! A premissa do filme é simples, mas a execução é impecável. Temos algumas tomadas memoráveis e trilha sonora de primeiríssima, mas seu ponto mais forte está nos diálogos, que retratam bem o período no qual a película é situada sendo ao mesmo tempo modernos e ainda relevantes. Também há uma certa sensação claustrofóbica por não se ter para onde fugir e o fato da gravação ter boa parte sido feita em locação (ao invés de estúdio) ajuda nisso, pois percebe-se que estamos definitivamente diante de um ambiente gelado e que isso não é mera obra de computação gráfica. O elenco também está afiadíssimo, com destaque especial para Samuel L. Jackson, que pode muito bem estar diante de uma possível indicação ao Oscar, ainda que não se possa descartar nenhum dos atores para a honraria.

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